Fabio Pereira

Fabio Pereira, vereador.
50.888 - PSOL

domingo, 16 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Quem questiona a democracia nesse modelo eleitoral?

 

 
Uma reflexão/denúncia que precisa ser feita sobre o processo eleitoral com o atual modelo:

1. Em Duque de Caxias, foram inscritos 797 (setecentos e noventa e sete) candidatos a vereador, segundo a Divulgação de Registro de Candidaturas do TSE. Qual eleitor consegue escolher bem um candidato a vereador com cerca de 800 candidatos na disputa? A quem interessa essa multidão sem critérios e confusa d
e candidatos?

2. Somando o limite de gastos apresentado apenas pelos candidatos à prefeitura de Duque de Caxias, chegamos à quantia de 27 milhões e 600 mil reais! Ou seja, sendo generoso, cerca de 50 milhões de reais serão gastos pelos candidatos a prefeito e vereador nessa cidade. De onde vem tanto dinheiro? Alguém financia sem interesse? Nessa disputa o cidadão comum perde o mesmo peso que um dono de uma empreiteira no processo eleitoral, devido ao financiamento privado das campanhas. Isso é democrático? Por que não há questionamento, mesmo estando provado que essa é a raiz de tanta corrupção (vide Mensalão, CPI do Cachoeira, por exemplo)?

3. No modelo dominado pelo dinheiro, placas, som alto e multidões pagas vendem um produto sem história, sem propostas e sem ideologia. É a despolitização da política, que apequena e rebaixa a representação nas câmaras e prefeituras. A cidade fica suja, poluída, barulhenta e afasta o interesse do eleitor. Por que não propor o fim dessas placas, dos carros de som e exigir debates, propostas e compromissos públicos registrados (e se o candidato eleito não cumprir, perde o mandato mesmo antes do fim);

4. Por que a população foi excluída do debate sobre o aumento do número de vereadores em Duque de Caxias, de 21 para 29 vagas?

5. Por que nenhum candidato questiona o salário de um vereador (cerca de 15 mil reais), seu pouco trabalho oficial (em Duque de Caxias, só tem sessão ordinária na Câmara às terças e quintas, das 17h às 19h) seus privilégios e abusos (como o aluguel de carros que deu um rombo de mais de 700 mil reais)?

6. Por que, em plena era digital, as sessões na Câmara Municipal de Duque de Caxias não são transmitidas pela internet? Por que todos os projetos de lei não são disponibilizados na página da Câmara para consulta pública de qualquer cidadão, como já é feito no Congresso Nacional e na ALERJ? O que desejam esconder? A pouca produtividade? A população precisa saber como os vereadores votam, se trabalham, se apresentam projetos, se debatem a cidade, se fiscalizam a prefeitura...

São algumas, de inúmeras outras reflexões e questionamentos que precisamos fazer a esse processo eleitoral.

Fabio Pereira, 05 de setembro de 2012.
 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Analfabeto Político e Nada deve parecer impossível de mudar - Bertolt Brecht

O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.



 
 
Nada deve parecer impossível de mudar
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.
 
 

Bertolt Brecht
[10.02.1898 - 04.08.1956]
Teatrólogo e poeta alemão.